Greice Carvalho

Estamos dando a mão para outras mulheres?

Por Greice Carvalho
Psicóloga e coordenadora do Núcleo de Psicologia do Meers
[email protected]

Um questionamento que frequentemente me passa, enquanto psicóloga e mulher, é se estamos dando a mão para outras mulheres e ensinando nossas crianças a respeitarem o outro. Parece que apenas repetimos padrões que reforçam uma sociedade machista, que não olha para os seres humanos e se sente no direito de agredir, em todas as esferas, a mulher.

Datas precisam ser criadas para enfatizar a importância social e histórica de marcos e leis que necessitam de atitudes urgentes. Se estamos reivindicando um posicionamento universal em relação à violência contra a mulher é porque, infelizmente e continuamente, temos situações avassaladoras no mundo.

Em novembro temos o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres e no mês passado tivemos o Dia Nacional, com foco neste mesmo problema. Tristemente, só em 2006 que uma lei entrou em vigor para criar mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar.

Frequentemente percebo no meu dia relatos de quem sofre violência ou perpassam por situações constrangedoras. Ao passo que temos altos índices, não conseguimos fazer com que estas mulheres busquem apoio. O que falta para que as mulheres consigam sair dessa situação?

Há um longo caminho de reconexão consigo mesma pelos dolorosos processos. A violência contra a mulher é muito mais que um ato físico. Devemos entender o sofrimento envolvido e que elas precisam de apoio constante para perceberem o que estão passando, assim como acreditarem que podem superar.

Por vezes julgamos a mulher que não consegue enxergar que está mergulhada em uma relação não saudável porque desconhecemos os processos que envolvem o abuso. Estudos indicam um ciclo de violência, incluindo três principais etapas que funcionam viciosamente: a primeira o homem agride verbalmente e contra objetos; na segunda há um ato mais direcionado à mulher e a terceira é conhecida como “lua de mel”, onde o homem se mostra arrependido e a mulher confusa.

Com tudo isso, é fato que devemos dar apoio psicológico e denunciar. Precisamos com urgência resgatar a autoestima das mulheres, para que elas possam ressignificar os processos vivenciados e encarar uma vida livre de amarras, de um sistema opressor que, muitas vezes, começa dentro de casa.

Há muitos canais para denúncias e serviços que podem auxiliar essa mulher, como o Núcleo Mulheres Empreendedoras e Empoderadas da Estácio RS (Meers),que presta atendimento gratuito a qualquer pessoa que se considere mulher. Se você é alguém que gostaria de se beneficiar deste apoio ou conhece alguém que precisa de ajuda, entre em contato conosco, pelo e-mail [email protected] ou telefone (51) 98950-2149. Uma vida sem violência é um direito que precisa ser garantido sempre!​

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Invísivel

Próximo

Sofrimento e literatura andam de mãos dadas

Deixe seu comentário